terça-feira, agosto 24, 2004

Salvador

O final de semana acampado correu muito bem. Tenho algumas histórias boas e dignas de nota pra contar. Talvez não conte por preguiça, mas aqui vai pelo menos uma.
Chegamos (2 casais) no sábado perto de meio dia e montamos acampamento. Eu já estava me dirigindo pra churrasqueira pra começar a queimar uma carne quando veio a idéia:
-- Por que não aproveitamos o dia e vamos conhecer umas cachoeiras aqui perto? Ai começamos o churrasco a tardinha e vamos até a noite...
Putz, bebedeira adiada, pensei eu. Mas vamos lá, afinal viemos aqui pra esse contato com a natureza mesmo (tenho uma boa de contato com a natureza, mas essa eu conto depois).
Depois de conhecermos 2 cachoeiras (ok, ok, eram legais!) voltamos pra começar com aquela gelada!! E assim foi. Até as 19hs quando descobrimos um amadorismo cavalar desse que vos escreve: subdimensionei a quantidade de cerveja e esqueci de levar wisky, vodka, pinga, ou seja, nada mais alcólico no acampamento!!
Não comentei que estávamos numa fazenda. Longe kilômetros por estrada de terra de qualquer buteco.
Raciocinando sobre isso, fiquei sentado em frente a barraca esparramando um baralho pelo chão pra jogar porra-nenhuma quando surge, do nada, um cara bêbado numa moto dizendo (voz de bêbado e dificuldade de articulação das palavras):
-- Shh é, qui eu to aqui perrto e... shh, o carrro ficou shem... normal, né??... o carro sem bateria... Tá eu e a mulhé... masss não consegue empurrar... acho que é o jeito, né?
Bom, foi mais ou menos isso que eu entendi, mas percebi a dificuldade do cara e, solícito (e sem bebida) que sou, disse que tinha um cabo de fazer ponte no meu carro e que ia ajudá-lo.
O cara agradeceu, subiu na moto e sumiu. Pronto! Agora como acho esse infeliz?!? Peguei o carro e, já meio irritado com a situação, sai procurando no escuro, um bêbado com sua mulher e um carro sem bateria. Achei!
Fiz a ponte nas baterias, o carro do cara pegou e eu comentei:
-- Então, nós estávamos fazendo um churras mas acabou a bebida, agora estamos sem saber o que fazer e taw...
-- Shhh, eu tenho um garrrraffa de Vodica, cê qué?
Meus olhos brilharam!! Não podia acreditar no que estava ouvindo! Acho que se o carro do cara fosse a álcool eu já ia aceitar um pouquinho, mas o cara ainda me oferece vodka (e quem me conhece sabe o quanto eu gosto de vodka!)! Pensei logo numa daquelas garrafas de plástico pela metade, mas disse:
-- Ôpa, claro! Manda ai. Vais nos salvar a vida!
Nisso o cara some pra barraca e volta minutos depois cambaleando com uma garrafa de Orloff praticamente cheia!!
Uhuu!! Indescritível a minha alegria e a do resto do povo quando voltei pra barraca com aquela preciosidade debaixo do braço!!